"A idéia surgiu por volta de 1948, logo após a II Guerra Mundial. Um grupo de jovens de 7 países se reuniram. A verdade é que eles não sabiam muito bem o que fazer, mas estavam certos de precisavam fazer alguma coisa pelo mundo. Olharam para fora e descobriram que os povos precisavam se conhecer melhor, entender suas culturas e desenvolver relações amigáveis entre si. Fundaram o que hoje é a maior organização de estudantes do planeta, a AIESEC.
De 60 anos para cá o mundo mudou diversas vezes, as pessoas mudaram diversas vezes, e, por conseqüência, a AIESEC mudou diversas vezes. A organização sempre teve o propósito de olhar para o mundo, descobrir as necessidades correntes e preparar líderes para atuar nessas necessidades.
Hoje são mais de 30.000 membros espalhados em mais de 100 países, trabalhando a partir de 1.000 escritórios nas maiores universidades do mundo. Cada um desses escritórios seleciona aqueles jovens com maior potencial de liderança, sensibilidade cultural e mais uma série de competências fundamentais para liderar pessoas e projetos. Esse potencial é desenvolvido ao longo da experiência na organização através de uma série de atividades que envolvem planejamento, metas, prazos, recursos, pessoas, avaliações e reflexões.
As duas ferramentas mais poderosas que a AIESEC utiliza como forma de desenvolvimento são os “cargos de liderança” e os “intercâmbios”.
Cargos de Liderança
Todo membro, depois de um certo tempo na organização, tem a oportunidade de coordenar uma equipe de no mínimo 3 pessoas. Os cargos de liderança vão desde posições de curto prazo (3 a 6 meses) que gerenciam processos seletivos de membros, eventos e projetos ou posições de maior responsabilidade e prazo (1 ano) responsáveis por áreas gerenciais como Marketing, Finanças, Recursos Humanos, Intercâmbios e Relações Corporativas ou até mesmo a Presidência do escritório.
Intercâmbios
Milhares de empresas em todo o mundo optam por ter membros da AIESEC nas suas equipes. Através dos intercâmbios, a AIESEC envia e recebe membros de escritórios de outros países para terem uma experiência profissional (de 6 meses a 1 ano) nas suas áreas de estudo/formação. A empresa ganha um ambiente dinâmico, internacional e inovador, e os membros da AIESEC ganham um entendimento cultural, experiência profissional e internacional.
Após todas essas experiências, os membros saem da organização. A AIESEC não quer que os membros fiquem; quer ver seus membros na rua, no mercado, aplicando essa experiência nas necessidades do ambiente externo. A missão da AIESEC é formar agentes de mudança capazes de criar um impacto positivo na sociedade.
Um agente de mudanças é uma pessoa com um entendimento cultural necessário para perceber o ambiente e as mudanças necessárias nele e possui uma série de competências que o permitem liderar pessoas para atingir resultados.
Como a AIESEC faz isso? Aqui estão alguns segredos.
- O intercâmbio é uma das principais ferramentas para esse desenvolvimento de sensibilidade cultural; no momento em que uma pessoa está em outro país, adquire rapidamente uma capacidade de adaptação, visão de outras culturas e de sua própria e uma série freqüente de reflexões que levam ao autoconhecimento. Assim como países têm culturas diferentes, pessoas também as têm. Entender o que é uma cultura e saber respeitá-la é um dos primeiros passos para liderar pessoas e causar mudanças.
- Todos os membros são voluntários. Não existem relações formais de poder e nenhum membro depende da organização para sobreviver. Ou seja, um coordenador não consegue “mandar” ou delegar uma atividade que um membro não queira realizar. Se a experiência de um membro não está oportunizando desenvolvimento, aprendizado e motivação, os membros saem da organização. Isso quer dizer que a única maneira que uma pessoa que está num Cargo de Liderança tem para atingir resultados através de pessoas é através de uma visão compartilhada, inspiração, motivação, desenvolvimento das pessoas e um direcionamento coerente. Isso é liderança pura, na prática, sem ferramentas de poder.
- A AIESEC não desenvolve ninguém, simplesmente dá oportunidades. É o próprio membro que escolhe as experiências que quer ter e o caminho que vai seguir, sendo responsável pelo seu próprio aprendizado – uma competência crítica para o mundo.
- É permitido errar. O erro estimula a reflexão – momento fundamental para o aprendizado. Essa cultura fomenta um ambiente onde membros podem arriscar mais, inovar sem medo e testar suas idéias, permitindo assim que se conheçam melhor.
- O ambiente é divertido, as pessoas são felizes, desenvolvem relacionamentos pacíficos, se dedicam nos finais de semana e formam amizades fortes na organização. Levam para o resto da vida essa cultura e uma rede de relacionamentos ampla.
Se em 1948 o mundo precisava de relações de paz, em 2008 acreditamos que é preciso desenvolver agentes de mudança para isso, e é este tipo de experiência que estamos proporcionando para mais de 2.000 pessoas em todo o Brasil."