quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Turning point (or check point)?

"Não é aos saltos que se sobe uma montanha, mas a passos lentos" - São Gregório Magno

Um dia que entrará para a história, pelo menos para a minha história. O dia em que fui eleito Presidente (LCP) da AIESEC em Ribeirão Preto para o ano de 2008. O dia foi muito tenso. O evento ia começar as 9h00, e eu às 5h00 eu ainda estava preocupado com o que iria falar na hora do discurso dos candidatos. Não sei se ia fazer diferença ter deitado mais cedo, porque provavelmente não iria dormir, como não estava dormindo bem nas últimas noites, anteriores à eleição.

Quando fui para a cama, muita coisa passou na minha cabeça, desde a palestra inicial que o Rodrigo deu para formar o Grupo de Interesse que iria ser responsável por trazer à AIESEC em Ribeirão Preto, passando pelo nosso "induction" no PLAN da @USP, com direito a roll calls do Diogo e tudo o mais, conhecer quem viria a ser nossa coach, a guria Bárbara, o primeiro processo seletivo, as primeiras discussões, o primeiro intercâmbio, o segundo intercâmbio, as primeiras festas, saídas em conjunto, "buffalos", conferências, viagens, amigos, resultados, experiências, ter me tornado parte do EB, os pouco mais de 6 meses de trabalho no EB com meus amigos que também eram candidatos a LCP. Daí para a divagação do que iria acontecer agora que apenas um poderia continuar o ótimo trabalho do Porto, substituindo o cargo dele. Todos preparados, cada um com perfil diferente, mas com certeza com muitas das qualidades esperadas de um LCP. Minha barriga condensou todo o frio em um Iceberg cuja ponta eu sentia no meu umbigo. Nunca tinha concorrido em uma eleição com tanta vontade de ganhar e com tanta certeza de que, independente do resultado eu estaria feliz, feliz porque a AIESEC RP iria continuar por pelo menos mais um ano de acordo sendo liderada por uma pessoa daquele grupo de malucos que tinham compartilhado um sonho de fazer algo diferente.

"Acordei" e fui para o local que seria dado o resultado final. República 12 doses. Lá vi o Boi, LCP da @USP, que seria o Chair do evento. Fizemos uma votação de algumas menções para mudança do nosso RI e logo depois começou o processo de eleição. De início, cada candidato teria direito a 15 minutos de dircurso, em ordem de sorteio. Os escolhidos foram Marina, VPProjetos, Ashley, VPF, eu e Brilhante, VPTM. Enquanto um discursava, os outros ficaram afastados, sem ter contato com o discurso, apenas esperando o seu momento ou o discurso dos outros candidatos. Logo depois foram feitas 4 rodadas de perguntas e respostas com os candidatos que foram separados em quatro grupos, e rodando a cada 10 minutos, para que todos os grupos tivessem a chance de fazer perguntas e tirar suas dúvidas a respeito do candidato, suas propostas ou qualquer outra coisa.

Depois de tudo isso, começou de fato a eleição. 3 Roundas, com o candidato menos votado sendo eliminado do round seguinte. Em caso de empate, voto de minerva dos membros da diretoria que não eram candidatos (Foka, VPX e Porto, presidente). O primeiro dos rounds, foi o momento mais tenso. Todos os candidatos juntos, e o resultado de quem passaria para o próximo round sendo dado em ordem alfabética. Passaram Ashley, Marina e eu. Um super frio subiu na espinha e foi até os olhos, que ficaram marejados ao ver que, pela primeira vez, a partir daquele momento de eleição, era nossa primeira disputa competitiva, em um ano onde a cooperação foi o ponto mais marcante do nosso trabalho. O segundo round iniciou logo após e mais um anúncio, de quem iria ficar para o último round, e o Porto anunciou novamente em ordem alfabética: Ashley e ... Raphael.

Antes de abraçar a Marina, muita coisa passou na minha cabeça. Quase tudo que já havia pensado a noite, antes de "acordar". Mais uma lágrima escorreu, mas agora era o último round. O decisivo, para mim, para Ashley mas principalmente para a AIESEC RP. O momento de escolher aquela pessoa que eles confiavam mais ou que eles achavam mais preparadas para liderar a organização ou que eles mais se identificavam, ou sabe-se lá o que passou na cabeça de cada membro. Eu me lembro de ter comido um pão com carne porque não tinha comido nada até então, para ver se o que incomodava meu estomago era a fome, mas pelo visto não era.

E o resultado final. Os dois candidatos de frente para uma piscina. O Rodrigo atrás, preparado para jogar na água aquele candidato que seria anunciado dentro de alguns segundos. Ashley ou Raphael, Raphael ou Ashley. Uma pessoa que admirei desde o momento que conheci e que eu votaria com toda a certeza para ser LCP caso não estivesse na disputa. Uma sensação de ausência de expectativas tomou conta de mim, pois eu sabia que se fosse eleito, com certeza faria o melhor de mim para levar a organização, me superando muitas vezes para isso. Se Ashley fosse eleito, tinha a certeza de que seria uma ótima gestão também e que eu teria muito prazer de acompanhar e ajudar com meu trabalho, mesmo que não fosse no EB como VP novamente.
Antes do resultado, o Rodrigo resolveu dar algumas palavras, com todas as pessoas em volta da piscina, esperando o resultado. Comentou do seu orgulho de ter trabalhado naquele time, da qualidade de todos os candidatos e da certeza de que ele tinha de que todos os candidatos teriam sucesso na sua vida profissional se repetissem seu desempenho e dedicação que tiveram na AIESEC durante esse ano.

E o anúncio. Alguém me segurou e empurrou na piscina. Um caldo, outro caldo. E a ficha caiu, eu tinha sido eleito LCP da @RP. Todos do EB na piscina, e mais o Rodolfo do meu time de ER, pulando, tentando me dar mais caldos, com direito a tchu-tchu, lágrimas (pelo menos minhas, que ficaram na piscina) e tudo o mais.

Depois disso, churrasco, global village com os trainees, bebida, roll calls, várias pessoas na piscina, bastante conversa. Um dia incrível, um ponto de mudança ou um check point... ainda não sei. Sei que cheguei em casa destruído de cansaço, do dia e dos dias anteriores que não tinha dormido direito. Com o tempo de tomar um banho, cair na minha cama (ainda de toalha) e dormir, as 9h30 da noite. Dormir para acordar só as 4h11 da manhã, depois de um sonho estranho, de ter sido eleito LCP da @RP. Acordei confuso o suficiente para voltar a dormir, depois de muito pensar no dia que determinou o futuro da minha vida pelo menos até o final de 2008. Um dia de sonho.


Todos os presentes na eleição, membros e trainees


Foka, os candidatos tensos e Porto, o presidente anunciando o primeiro resultado


O resultado final


A celebração


Eu, Kaisa, Claudio, Justyna, Felix e Amithava


"Nem tão longe que eu não possa ver
Nem tão perto que eu possa tocar
Nem tão longe que eu não possa crer que um dia chego lá
Nem tão perto que eu possa acreditar que o dia já chegou

No alto da montanha, num arranha-céu
No alto da montanha, num arranha-céu

Se eu pudesse, ao menos
Te contar o que se enxerga lá do alto
Com céu aberto, limpo e claro ou com os olhos fechados
Se eu pudesse, ao menos, te levar comigo lá

Pr’o alto da montanha, num arranha-céu
Pr’o alto da montanha, num arranha-céu
Sem final feliz ou infeliz...atores sem papel
No alto da montanha, à toa, ao léu" (EH)

domingo, 4 de novembro de 2007

A rota do indivíduo

"Não se pode descobrir novas terras sem aceitar perder de vista a costa por algum tempo" - André Gide

Os próximos dez dias vão ser bem interessantes ou, pelo menos, desafiadores. Faculdade e AIESEC demandarão grande dedicação. A saga dos doze trabalhos de Alberto parece que terminará nessa semana. Mas ainda terei duas provas (quarta e sexta) de matérias que não me dediquei muito nesse semestre, o que deve complicar um pouco minha vida, além disso, prova na segunda seguinte, do Albertão novamente. Além disso, no final de semana vai ter eleição para Presidente da AIESEC em Ribeirão Preto. A ansiedade promete ser bem grande essa semana...

Por causa disso, essa semana promete ser bem vazia de posts. Mas já tive uma boa notícia, no fim de semana seguinte teremos outro feriado prolongado. Péssimo esse calendário para o mercado empresarial, mas que ele dá um alívio para os universitários, ah, ele dá.

"Mera luz que invade a tarde cinzenta
E algumas folhas deitam sobre a estrada
O frio é o agasalho que esquenta
O coração gelado quando venta
Movendo a água abandonada
Restos de sonhos sobre um novo dia
Amores nos vagões, vagões nos trilhos
Parece que quem parte é a ferrovia
Que mesmo não te vendo te vigia
Como mãe, como mãe que dorme olhando os filhos
Com os olhos na estrada
E no mistério solitário da penugem
Vê-se a vida correndo, parada
Como se não existisse chegadana tarde distante, ferrugem ou nada" (Dj)

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Dias melhores sempre

"Enquanto há vida, há esperança." - Cícero

Queria escrever hoje. Ou melhor, desde ontem. Passei por dois dias difíceis... psicologicamente falando. A expressão frio na barriga era um eufemismo para o iceberg que eu sentia no meu umbigo, um grande eufemismo. Parecia que tinha um dementador dentro de mim sugando a energia que as boas notícias e os amigos me traziam, continuamente, até me deixar muito mal no final do dia. Ilógico, mas a vida nem sempre é racional.

Isso me fez me sentir mal, e o fato de me sentir mal e não aproveitar o dia, os amigos e as boas notícias como deveriam, me fazia sentir pior. Ilógico, mas a vida nem sempre é racional.

Felizmente, ontem a noite, houve um ponto de inversão, depois de conversar bastante tempo com alguns amigos, alguns sobre a fossa, alguns sobre aleatoriedades e com outros sobre o trabalho, algum pensamento bom me trouxe a energia que precisava para espantar esse dementador de dentro de mim. Ilógico? E porque precisa ser racional?

Obrigado Lívia, Laís, Ferrari, Foka, Lilian, Ubeda e todos os que de alguma forma contribuíram para me trazer de volta a realidade naquela noite. E pensar que tudo a reviravolta começou de quem não me disse nada... Ilógico! Mas completamente funcional...



Letra: http://letras.terra.com.br/daniel-powter/132709/