quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

AIESEC

Compartilho um artigo sobre a AIESEC postado no Blog Vida de Estagiário em uma entrevista com o nosso presidente 2008/2009 Conrado Kaczynski. Acho que é uma das melhores descrições sobre a AIESEC. Segue abaixo:

"A idéia surgiu por volta de 1948, logo após a II Guerra Mundial. Um grupo de jovens de 7 países se reuniram. A verdade é que eles não sabiam muito bem o que fazer, mas estavam certos de precisavam fazer alguma coisa pelo mundo. Olharam para fora e descobriram que os povos precisavam se conhecer melhor, entender suas culturas e desenvolver relações amigáveis entre si. Fundaram o que hoje é a maior organização de estudantes do planeta, a AIESEC.

De 60 anos para cá o mundo mudou diversas vezes, as pessoas mudaram diversas vezes, e, por conseqüência, a AIESEC mudou diversas vezes. A organização sempre teve o propósito de olhar para o mundo, descobrir as necessidades correntes e preparar líderes para atuar nessas necessidades.

Hoje são mais de 30.000 membros espalhados em mais de 100 países, trabalhando a partir de 1.000 escritórios nas maiores universidades do mundo. Cada um desses escritórios seleciona aqueles jovens com maior potencial de liderança, sensibilidade cultural e mais uma série de competências fundamentais para liderar pessoas e projetos. Esse potencial é desenvolvido ao longo da experiência na organização através de uma série de atividades que envolvem planejamento, metas, prazos, recursos, pessoas, avaliações e reflexões.

As duas ferramentas mais poderosas que a AIESEC utiliza como forma de desenvolvimento são os “cargos de liderança” e os “intercâmbios”.

Cargos de Liderança
Todo membro, depois de um certo tempo na organização, tem a oportunidade de coordenar uma equipe de no mínimo 3 pessoas. Os cargos de liderança vão desde posições de curto prazo (3 a 6 meses) que gerenciam processos seletivos de membros, eventos e projetos ou posições de maior responsabilidade e prazo (1 ano) responsáveis por áreas gerenciais como Marketing, Finanças, Recursos Humanos, Intercâmbios e Relações Corporativas ou até mesmo a Presidência do escritório.

Intercâmbios
Milhares de empresas em todo o mundo optam por ter membros da AIESEC nas suas equipes. Através dos intercâmbios, a AIESEC envia e recebe membros de escritórios de outros países para terem uma experiência profissional (de 6 meses a 1 ano) nas suas áreas de estudo/formação. A empresa ganha um ambiente dinâmico, internacional e inovador, e os membros da AIESEC ganham um entendimento cultural, experiência profissional e internacional.

Após todas essas experiências, os membros saem da organização. A AIESEC não quer que os membros fiquem; quer ver seus membros na rua, no mercado, aplicando essa experiência nas necessidades do ambiente externo. A missão da AIESEC é formar agentes de mudança capazes de criar um impacto positivo na sociedade.

Um agente de mudanças é uma pessoa com um entendimento cultural necessário para perceber o ambiente e as mudanças necessárias nele e possui uma série de competências que o permitem liderar pessoas para atingir resultados.

Como a AIESEC faz isso? Aqui estão alguns segredos.

  • O intercâmbio é uma das principais ferramentas para esse desenvolvimento de sensibilidade cultural; no momento em que uma pessoa está em outro país, adquire rapidamente uma capacidade de adaptação, visão de outras culturas e de sua própria e uma série freqüente de reflexões que levam ao autoconhecimento. Assim como países têm culturas diferentes, pessoas também as têm. Entender o que é uma cultura e saber respeitá-la é um dos primeiros passos para liderar pessoas e causar mudanças.
  • Todos os membros são voluntários. Não existem relações formais de poder e nenhum membro depende da organização para sobreviver. Ou seja, um coordenador não consegue “mandar” ou delegar uma atividade que um membro não queira realizar. Se a experiência de um membro não está oportunizando desenvolvimento, aprendizado e motivação, os membros saem da organização. Isso quer dizer que a única maneira que uma pessoa que está num Cargo de Liderança tem para atingir resultados através de pessoas é através de uma visão compartilhada, inspiração, motivação, desenvolvimento das pessoas e um direcionamento coerente. Isso é liderança pura, na prática, sem ferramentas de poder.
  • A AIESEC não desenvolve ninguém, simplesmente dá oportunidades. É o próprio membro que escolhe as experiências que quer ter e o caminho que vai seguir, sendo responsável pelo seu próprio aprendizado – uma competência crítica para o mundo.
  • É permitido errar. O erro estimula a reflexão – momento fundamental para o aprendizado. Essa cultura fomenta um ambiente onde membros podem arriscar mais, inovar sem medo e testar suas idéias, permitindo assim que se conheçam melhor.
  • O ambiente é divertido, as pessoas são felizes, desenvolvem relacionamentos pacíficos, se dedicam nos finais de semana e formam amizades fortes na organização. Levam para o resto da vida essa cultura e uma rede de relacionamentos ampla.

Se em 1948 o mundo precisava de relações de paz, em 2008 acreditamos que é preciso desenvolver agentes de mudança para isso, e é este tipo de experiência que estamos proporcionando para mais de 2.000 pessoas em todo o Brasil."

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

A última conferência como presidente

"A melhor maneira de prever o futuro é criá-lo" - Peter Drucker


Segunda-feira passada eu voltei da minha última conferência nacional como presidente da AIESEC em Ribeirão Preto. Foi uma conferência bem diferente das outras. Com um espírito de última conferência, poucos membros da minha diretoria estavam presentes, uma vez que a conferência era focada nos diretores que foram eleitos com objetivo de capacitá-los para o trabalho que farão no ano de 2009. Por causa disso também, alguns LCPs que eu tive mais contato não estavam presentes no pré-meeting (alguns nem na conferência como um todo), vindo participar apenas nos dias liberados para alumni.


Mas não era apenas isso que foi diferente. Pela primeira vez eu iria facilitar sessões nacionalmente. Tinha duas sessões para facilitar no pré-meeting de Talent Management (Gestão de Talentos). Foi bem desafiador considerando o fato de que eu nunca trabalhei formalmente nessa área de um escritório local. Apesar de estar nervoso eu gostei bastante de ser facilitador. Aprendi a me preparar para facilitar uma sessão, a importância do controle do tempo e das mensagens chaves que você precisa passar, além de estruturar o contéudo de forma a não ficar apenas falando e falando, mas buscando também a participação coletiva e a construção de conhecimento. Foi bem legal e tive bons feedbacks também. Por causa dessas sessões que iria facilitar cheguei na conferência um dia antes do pré-meeting e tive maior contato com o conference team, o time que é responsável por entregar não só o conteúdo da conferência, mas também a logística, alimentação etc.


Durante o pré-meeting fiquei bem dividido, tive que acompanhar algumas sessões com os presidentes que estavam saindo, especialmente as legislações (que são momentos nos quais se apresentam e discutem as propostas de alteração do regimento interno para a melhoria da AIESEC no Brasil como um todo e que vão ser votadas naquela conferência), mas também em algumas sessões de Talent Management (as duas que eu facilitei e também uma no dia anterior para poder sentir o clima do pessoal que eu iria facilitar uma sessão) e também algumas de Intercâmbio, já que fui eleito chair do time nacional de intercâmbios (NeXT). Além de mim, a Sara, minha diretora de projetos, estava presente nesses dias que citei porque estava facilitando sessões para o pessoal que vai trabalhar com projetos no ano que vem, e a Marina, que estava presente como coordenadora do 3º Desafio de Sustentabilidade em parceria da Artemísia, Banco Santander e AIESEC.


Além desses momentos até então únicos e cheios de aprendizado, tive a oportunidade de conhecer novas pessoas e conhecer mais algumas pessoas que já tinha contato. Desde o pessoal da diretoria nacional, membros que tive contato por causa das sessões que facilitei, novos presidentes de escritórios locais, candidatos a presidente da AIESEC no Brasil e até mesmo o chair da conferência (responsável por coordenar tanto os facilitadores quanto o comitê organizador, buscando entregar uma conferência que siga os príncipios que foram acordados antes entre todos os participantes). O chair da conferência foi o Elias Albino, que havia sido presidente da AIESEC no Brasil na gestão 2005/2006 e que após terminar sua gestão realizou um intercâmbio para trabalhar com Recursos Humanos na DHL em Miami, onde continua até hoje e que veio para o Brasil exclusivamente para ser chair da conferência.


Não bastasse tudo isso, essa conferência vai ser marcada para sempre não só na minha memória, mas na de todos os membros da AIESEC Ribeirão Preto que participaram da cerimônia do Philips Awards, que é um prêmio (ou melhor, três prêmios diferentes) que são entregues aos melhores escritórios locais nos temas de: crescimento de receitas sustentáveis, crescimento sustentável de intercâmbios e o principal prêmio que é o de excelência. Depois de vermos Vitória ganhar o prêmio de crescimento de finanças sustentáveis e a GV ganhar o prêmio de crescimento sustentável de intercâmbios, qual não foi a surpresa ao ver que, após dar vários highlights dos principais pontos de cada escritório, foram anunciados os finalistas: AIESEC em Ribeirão Preto, AIESEC Recife e AIESEC na Fundação Getúlio Vargas. Todos os membros de Ribeirão Preto iniciaram uma festa que não terminou nem mesmo com o anúncio do prêmio para a AIESEC Recife. Foi um grande feito termos chegado em uma final do Philips Awards, na final do prêmio mais importante e o que achavámos mais difícil. Enquanto comemorávamos, dois membros da diretoria nacional vieram falar comigo dar os parabéns para a AIESEC Ribeirão, falando que foi por muito pouco que não fomos os escolhidos. Mas nem precisavam falar isso, a noite foi uma grande festa de comemoração para todos os que estavam presentes, entre eles, eu, Marina e Guilherme, três dos membros fundadores. Valeu a pena perder a formatura da minha diretora de Talent Management (que aconteceu no mesmo dia da noite do prêmio e que fez com que a maior parte dos meus diretores e outros dois membros fundadores não estivessem presentes).


Esses últimos 10 dias valeram a pena (isso porque nem falei da festinha de confraternização que fomos, no sábado anterior à conferência, convidados pelo Claudio Neszlinger a qual foram convidados todos os membros da AIESEC que ele teve contato em suas diversas palestras pelo Brasil em eventos da AIESEC), foi muito bom ver a alegria nos olhos dos membros, dos alumni e ver que o trabalho desse ano foi útil para o escritório, fazendo com que a AIESEC Ribeirão Preto seguisse a sua trajetória de expansão de resultados e da própria rede, iniciada na primeira gestão. Obrigado a todos que participaram desse processo, vocês com certeza impactaram não só a minha vida, mas a de todos aqueles que se sentem parte integrante desse escritório.


E agora, o que virá pela frente?