quarta-feira, 30 de setembro de 2009

O presente

Esse post é para compartilhar talvez um dos maiores presentes que recebi, depois do meu aniversário. De fato não é nada relacionado com o aniversário, mas não deixa de ser um presente.

Desde quando cheguei aqui na Guatemala, estou morando com o Lúcio, que também é do Brasil. No primeiro mês também dividiamos a casa com o Ariel, da Argentina, que está morando em outro lugar agora.

Desde quando cheguei aqui, temos problema com o nosso chuveiro, que não esquenta a água. Depois de chamar o eletricista inúmeras vezes, trocado o mesmo número de vezes a resistência do nosso chuveiro e visto que ela só durava um banho quente antes de se arruinar, decidimos manter o chuveiro no monastérico modo de água fria.

Mesmo depois que o Ariel se foi, chamavamos isso de maldição do Ariel, afinal, muitas coisas estranhas aconteciam na casa, apesar de nada grave ou perigoso (não precisam se preocupar). Nesses três meses acho que tomei mais banhos gelados do que nos últimos 10 anos.

No entanto, nossos problemas acabaram desde ontem. Instalamos um novo chuveiro e, até agora, ele está com água quente, depois de 4 banhos (o recorde anterior era 1 banho). E parece que acertamos o dia exato para trocar o chuveiro, porque hoje já amanheceu mais frio por aqui. Espero que meu presente de aniversário dure até o próximo ano :)

O aniversário

No último 26 de Setembro completei 25 anos. Um quarto de século. A sensação de já ter passado muito tempo é extranha, principalmente quando nos recordamos dos aniversários de quando éramos mais jovens, antes de completar os dedos de duas mãos.

Apesar de muita coisa ser diferente, e muita coisa não voltar mais a se passar, como infância e adolescência, em geral é depois dos 25 que as pessoas realmente vivem sua vida, fazem sua carreira e garantem seu futuro para depois dos 50.

Mas enquanto isso não acontece, vale aproveitar o que temos no dia de hoje. Um almoço com a família do Ismael, uma festa surpresa a noite, uma ligação da minha família, outra da minha madrinha, 6 emails, 61 recados no orkut, 41 no facebook. Vários países, várias ligações, uma só mensagem:

Parabéns!

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

A mudança

Um intercâmbio é sempre uma mudança... faz parte da própria estrutura da palavra, o que poderia tornar a minha primeira sentença quase uma retundância.

É claro que eu esperava várias mudanças quando soube que viria para Guatemala. Mas quando o assunto é mudança, raramente temos controle sobre o que vai ser mudado. Ao contrário do que muitos cientistas pensam,  a vida não é uma função ceteris paribus.

Existem mudanças e mudanças. Entre as positivas posso citar uma maior independência minha (especialmente para a (sobre)vivência do dia-a-dia) e a capacidade de gerenciar melhor meu tempo, minhas atividades e minhas vontades.

Cozinho melhor, estou comendo melhor (salvo quando não consigo fugir do fast-food ou pizza por causa de algumas semanas malucas no meu trabalho), limpo, lavo, passo, enfim, pronto para casar como diriam os antigos.

Por outro lado, mudanças que não posso classificar como negativas, mas simplesmente de mudanças. Não tenho muito mais paciência para ficar na internet fora do meu tempo de trabalho, MSN é artigo raro hoje em dia.

Recentemente resolvi amenizar meu isolamento do mundo virtual. Estou escrevendo aqui no blog e atualizando alguma coisa aqui outra acolá. Mas não vejo como mudar isso no curto prazo. É interessante ver como que tenho tempo para fazer outras coisas que antes não tinha.

Enfim, mudanças. Como escreveu Ovídio em Metamorfose: "E amanhã não seremos o que fomos, nem o que somos".

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

O retorno

Quando fui para Guatemala no começo desse ano, nunca pensei que iria voltar para lá. Não que não tivesse gostado do país, da recepção que tive ou das pessoas... muito pelo contrário. Tinha um plano pessoal/profissional/financeiro que não envolvia voltar para lá tão cedo.

Mas a experiência foi muito boa e hoje estou aqui novamente (já há dois meses, os quais não andei atualizando meu blog). O que mudou nos planos? As oportunidades que vi, os desafios que me senti atraído e muitas coisas mais.

Depois de passar três meses no Brasil, terminar de cursar todas as matérias na Universidade e depois de três meses financeiramente super apertados para pagar a passagem do começo do ano e poupar dinheiro para pagar a que teria que comprar novamente em junho, eu cheguei novamente na Guatemala.

Mas cabe destacar alguns pontos, importantes por sinal. Era a terceira vez que estava saindo do Brasil, mas foi a vez que eu mais fiquei emocionado. Não sei se foram pelas despedidas que foram feitas, pela certeza de ter terminado a Universidade, pela incerteza de rever muitas pessoas que fizeram parte da minha vida universitária, pela solidariedade e compreensão das pessoas que me rodeam, ou talvez, ainda, por tudo isso e muitas coisas que ainda não inventaram palavras para descrever.

Depois que cheguei aqui, também me emocionei de (re)ver a família que tinha ido no aeroporto se despedir de mim na primeira vez, os amigos que havia deixado aqui, a recepção e todos os planos que apresentam para o futuro.

Apesar de muitos percalços, de desapontamentos, planos frustados e imprevistos que sempre acontecem, posso dizer hoje que estou feliz. Com muita saudade de tudo que deixei no Brasil, mas feliz que estou construindo um caminho que posso dizer que seja meu. Não com o orgulho da autosuficiência, mas com a consciência de que é um caminho construído com base nas minhas experiências, planos e amizades desses já não tão poucos anos de vida.